domingo, 6 de junho de 2010

Ilusões

Abro minha caixa de e-mails e sou atingida por uma daquelas correntes: ''Mande para 20 pessoas e ficará com quem você ama no dia tal, caso contrário terá muito azar no amor''. Com um sorriso irônico nos lábios penso que mais azar no amor do que eu já tenho, seria praticamente impossível. Num misto de preguiça e descrença, fecho a mensagem imaginando como seria bom se fosse fácil assim. Mas a facilidade nos atrai. Quem é que não gostaria que nada fosse difícil e complicado? Eu não sou diferente. A facilidade me atraiu. A oportunidade de jogar meus problemas pra baixo do tapete era perfeita; e a possibilidade de que aquilo poderia realmente acontecer, foi me consumindo.
Chega o fatídico dia e eu levando toda aquela fantasia longe demais. Eu sempre vou ao fundo do poço pra cair, enfim, na real. A ansiedade me dava um motivo pra permanecer em pé. Minha esperança, apesar de arranhada por outras ocasiões, agora se fazia intacta e eu, totalmente alheia e atenta. Ouvir minha conciência me interrogando era angustiante. Depois de muito esperar, nada. Incrível como o óbvio me surpreendeu, e o que era evidente me magoou. Mas isso é totalmente compreensível, se tratando de um alguém que se agarra em cada ilusão e sobrevive de migalhas.
Eu consegui quebrar meu coração de novo. E ele sequer estava inteiro. Ainda não havia se recuperado dos outros tombos.
Depois da culpa correr de mão em mão, assumo que ela é minha, só minha. Por finjir que acreditava naquilo, por tentar me enganar com meras ilusões, possibilidades e esperas.
E já que a culpa é toda minha, coloco ela em quem eu quiser. E eu escolho colocá-la na corrente, que eu não quis enviar.

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