Achei que dessa vez seria fácil me deixar levar por entre esses sonhos, ser feliz nesses instantes em que absolutamente tudo é coerente. Mas, para a minha surpresa, eu não consigo. Não sei nos ver realizando os nossos planos, não consigo imaginar a nossa ponte inabalável por anos e anos, não sou nem capaz de criar mais um dia de fazer nada com você. Se tento, me imagino chorando, te vejo me magoando, me deixando, saindo, indo. Me pergunto se isso é pessimismo, realismo, abismo, medo, sei lá o quê.
Só sei que essa incerteza, essa inquietação, essa falta, me levam a continuar, cada vez mais. Eu devo ser bem louca, só pode, mas por mim tudo bem. Esse protesto que acontece dentro de mim todos os dias por querer você tão desesperadamente e não ter uma esperança sequer pra se apoiar. Se enfurece e deseja com mais força te derrubar, te deixar fora de si. Assim como eu fiquei. Assim como cá estou.