sábado, 29 de dezembro de 2012

Estive preparando uma faxina pra esperar sua chegada. Venho adiando-a a alguns anos, então tente imaginar a bagunça. Não tem sido nem um pouco fácil, mas o cd que você me deu com as suas lembranças toca enquanto trabalho, o que ajuda com que eu me livre sem pena dos pesos do passado. Armazenei muita sujeira emocional aqui, durante muito tempo. Sobrecarreguei meu espaço com dúvidas, esperanças partidas e frustração. Você, como eu, sabe como é difícil remover o que a gente um dia lutou pra guardar. Aquelas manchas que julgamos ser permanentes. Estou mudando meus móveis de lugar, deixando o ar e os raios do sol passarem pelas janelas. Pode ser que você chegue, e ainda encontre um pouco do caos de outrora. Não garanto o término da limpeza antes da sua visita. Mas saiba que estou me esforçando e, se você escolher ficar, o resto com o tempo se ajeita. Ou melhor, some.

domingo, 7 de outubro de 2012

E foi assim que eu a vi. Quando entrei no elevador, lá estava ela. Alta e magra, seus cabelos compridos e negros. Ela sorria pra si e tinha uma leveza e seriedade encantadoras. Tinha uma voz firme que ficava doce ao cantar. Tropeçava na vida mas ria dos seus próprios erros.
Eu me apaixonei.
Sabia que ela era a mulher dos meus sonhos.Quando ela jogava o cabelo pro lado, ou fazia uma careta, eu tinha ainda mais certeza disso. Ela sabe como me fazer feliz. Me faz sofrer também, não nego. Mas ela tem um jeito com a vida, uma coragem tão imensa, que eu só consigo me apaixonar ainda mais. Ela tem um olhar diferente sobre o mundo. Que eu nunca vi em nenhuma outra garota. Está sempre crescendo, evoluindo. Mostra-se cada vez mais mulher. Ela pode até ser insegura, mas tem uma força! Ah, meu amigo, você tinha que ver. E tudo isso eu vi naquele elevador. Seu rosto misterioso sob aquela luz âmbar.
Você pode me dizer que ela não é a mulher certa pra mim, que eu enlouqueci. Mas olha, eu nunca tive tanta certeza em toda a minha vida. Só ela vai me trazer a paz tão sonhada. Eu e ela. Eu do lado de fora, ela no espelho. Como é que eu pude te amar só agora? Não sei. O que importa é que eu te achei a tempo.
Me achei.

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